Consumo
Livrarias e editoras sem material escolar
08/02/2008 às 11h53
Do JC
Na reta final para o início do ano letivo, os pais de alunos enfrentam a escassez de livros didáticos e material escolar nas prateleiras das livrarias e editoras. A peregrinação pelas lojas não se justifica agora somente pela pesquisa de preço, mas acontece pela necessidade de encontrar o produto.
A aposentada Marinalva Pinto, 58 anos, já passou por mais de cinco livrarias e pelo sebo mas ainda tem quatro livros pendentes. A procura pela mercadoria, para os seus dois netos, começou ainda em janeiro e não terminou. "Na época disseram que só encontraria depois do Carnaval", lembra.
A professora Ana Paula de Lima, 35 anos, começou as compras no início de janeiro e somente nessa quinta conseguiu achar um livro de inglês para o filho. "No início de janeiro é mais fácil de comprar porque as pessoas normalmente deixam tudo para depois. Mas tive de voltar às compras após o Carnaval", conta.
O presidente da Associação de Pais e Alunos de Escolas Públicas e Privadas de Pernambuco (Aspape), Reginaldo Valença, critica a forma de distribuição de livros no País. "Normalmente as empresas mandam apenas uma cota para cá e só reforçam a oferta quando terminam de atender ao Centro-Sul. E a cota para o Nordeste é menor do que a demanda", reclama. Valença explica que muitos pais só encontram alguns títulos após o início do ano letivo. "Deveria existir a produção de livro regionalizada, mas haveria o problema de economia de escala", acrescenta Valença.
Alvarino Freitas, presidente da Associação do Nordeste de Distribuidores e Editores de Livros (Andelivros), ressalta que a falta dos produtos não é generalizada. "Há livros que vendem mais do que o previsto. Acontece com livros que achamos que não serão vendidos mas terminam sendo adotados", argumenta. O Carnaval também atrapalhou a entrega. Freitas conta que há veículos que ficaram sem poder transportar durante a festa de Momo por causa da intervenção de algumas vias do País. O empresário pede paciência aos pais e diz que, ao serem acionadas, as editoras levam até uma semana para trazer de São Paulo a mercadoria encomendada.
As livrarias têm adotado essa prática para atender aos clientes. Segundo Cristiane Farias, gerente do Atacadão de Papelaria, o cliente que fizer o pagamento do livro pendente recebe normalmente a encomenda em até dez dias. "Às vezes o livro chega no dia seguinte, às vezes leva mais tempo. Estamos dando dez dias só por garantia". Cristiane conta que é mais fácil repor material escolar. "Estamos fazendo reposições diárias. Há pessoas só para isso". Juliana Gomes, supervisora do Varejão do Estudante, explica que a empresa está fazendo pedido à editora todos os dias. "Se tiver livro na editora, ele chega em dois ou três dias. Se não tiver, não damos prazo. Procuramos sempre abastecer nosso estoque".
Fonte: http://jc.uol.com.br/cbnrecife/2008/02/08/not_78882.php
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